Sem qualquer pretensão de me projectar ciberneticamente como um connaisseur de Andebol, gosto de me gabar de ter uma memória que, apesar de débil, compensa essa lacuna com o assimilar de demasiada informação inútil. E aos anos que sou assolado por lembranças recorrentes desse grande senhor do livre de 7 metros, o ex-capitão e central António António (para quem não sabe, central no futebol é um defesa, mas no andebol é o organizador, aquele que no futebol seria o nº10 e maestro da equipa, coordenador de acções ofensivas. Isto para quem não sabe). Tenho poucas dúvidas e ainda menor pudor em elevar esse nome ao zénite dos melhores nomes desportivos de sempre. Entenda-se por "nome desportivo" a designação que um profissional elege para se destacar dos demais quando verifica já haver demasiados "Raúles".
Lamentavelmente, e numa época em que tudo aparenta estar online, António António não está. Tenho igualmente poucas dúvidas em considerá-lo a única pessoa que não está online.
Em compensação, está online um homónimo do mesmo, coberto em camurça:
Em compensação, está online um homónimo do mesmo, coberto em camurça:
Agora que à memória de António António foi feita justiça, uma história sobre homónimos escrita na voz de um heterónimo:
"Sábado passado fomos novamente jantar a Cacilhas. Nunca tinha alcançado a proveniência do nome cacilheiro e hesito agora sobre se o deveria ter admitido. Adiante. Éramos muitos, há quem diga que demasiados. Um grupo barulhento e exclusivamente masculino. O jantar era marisco. Nada de especial. A meio do jantar, já com um considerável grau de alcoolemia que não pode servir de atenuante, verifica-se que Tolin (cujo nome verdadeiro é Martinho) estava a ser beneficiado na distribuição de imperiais, com um tráfico estranhamente fluido entre copos vazios e cheios na sua ponta da mesa. Quando confrontado com a situação, justificou-se com o nome do empregado de mesa: Também se chama Martinho, é meu horónimo. Estupefacto mas silencioso, aguardei reacções. Não tardaram. Doctoré (cujo nome verdadeiro é Pedro), revolta-se: És mesmo estúpido! é honónimo que se diz! Satisfeito pelo excelentemente temporizado compasso de espera, deliciei-me com um gozar em dose dupla."
"Sábado passado fomos novamente jantar a Cacilhas. Nunca tinha alcançado a proveniência do nome cacilheiro e hesito agora sobre se o deveria ter admitido. Adiante. Éramos muitos, há quem diga que demasiados. Um grupo barulhento e exclusivamente masculino. O jantar era marisco. Nada de especial. A meio do jantar, já com um considerável grau de alcoolemia que não pode servir de atenuante, verifica-se que Tolin (cujo nome verdadeiro é Martinho) estava a ser beneficiado na distribuição de imperiais, com um tráfico estranhamente fluido entre copos vazios e cheios na sua ponta da mesa. Quando confrontado com a situação, justificou-se com o nome do empregado de mesa: Também se chama Martinho, é meu horónimo. Estupefacto mas silencioso, aguardei reacções. Não tardaram. Doctoré (cujo nome verdadeiro é Pedro), revolta-se: És mesmo estúpido! é honónimo que se diz! Satisfeito pelo excelentemente temporizado compasso de espera, deliciei-me com um gozar em dose dupla."
Lavagante.
Remato este post com um inevitável regresso ao grande desporto que o abriu. António António estava para o panorama nacional como outro grande nome estava para o estrelato mundial: aquele que a certa altura foi considerado o melhor jogador do mundo, outro atleta que me assola heterossexualmente os sonhos, o francês Jackson Richardson. Este está, muito justamente, online:
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