A embalagem de bolachas do El Corte Inglés é, à vista desarmada, em tudo semelhante às consagradas bolachas LU.
Nada mais errado: tem espaço vertical para albergar facilmente 3 unidades, mas as retorcidas mentes espanholas resolveram criar uma saliência oca que ocupa o espaço destinado a uma dessas unidades, uma inovação no empacotamento que sai seguramente mais barato do que a tal terceira bolacha pela qual o obeso tanto anseia.
Pessoalmente, acho vergonhoso, até porque havia sido educado pelas LU que "três é a conta que Deus fez".
Eram 2 e meia da manhã e desperdiçava o meu tempo frente ao meu mac que outrora foi portátil. Esse atributo foi-lhe negado numa negra manhã em que serviu de rede a uma aparatosa queda minha. Noutro contexto haveria sido heróico.
Tenho descoberto o hi5 como um abundante mundinho de caricaturas de pessoas reais e, como tal, passo nele bastante tempo em pesquisa, quando a pachorra assim o permite. Enquanto uns pesquisam a cura para a aids, eu pesquiso personagens que fazem do hi5 uma janela para a alma. Porquê?
Primeiro porque só reconheceria a sida em forma de equimose na cara do Tom Hanks. Segundo porque sou um daqueles seres que prefere uma vitória dada a uma derrota nobre (quem me conhece sabe que a minha esposa se chamará inevitavelmente Karina e terá alguns dentes nas cáries); no hi5, dois ramos ao lado da minha página privada, vejo-me chegado à selva. Quanto à sida, deixo a solução em mãos mais competentes e, entretanto, mantenho o meu voto de castidade.
Não vou praticar a milenar arte do copy-paste com medo justificado de ser agredido por um estivador da margem sul. Não enquanto o meu caparro apenas me permitir carregar um "jaquinzinho" à vez.
Mas seguro-me para não chorar ao ler a prosa brava de Sérgio, que pinta em tons de dor as dificuldades imateriais que a vida, esse filha da puta como ele teima em dizer, lhe serve no prato do quotidiano. Temo que haja uma corrente neo-expressionista a invadir o hi5.
Adiante: Um amigo de Sérgio, o Gonçalo, faz o milagre: tem 41930 amigos sem necessitar de vida própria.
Ricardo diz que vive em EARTH (THIS MOMENT), PORTUGAL e tem 202 fotografias no profile. Aos 33 está solteiro. Mistério esclarecido.
Quando questionado sobre quem gostaria de conhecer, Paulo respondeu: alguns paises Africanos bem como paises da America latina. Eu certo dia conheci uma toalha. Gostei de a conhecer, mas duvido que tenha sido recíproco, pois apesar de a ter deixado húmida, enchi-a de areia. [mau gosto? sem duvida]
Ah, e há um senhor que tem como nickname Mau Feitio. Se, depois deste post eu aparecer inanimado numa rede de pesca, caro corpo policial, eis o principal suspeito.
Falando de cinema, temos o final como a parte fulcral da película: enquanto um grande final pode revolucionar um filme até então fraquito, nenhum filme será grandioso sem um final digno. Têm direito de discordar, mas serão sodomizados até à morte (aí está: mau final).
Para a minha pessoa (e, por filiação, para os meus servos), a par da cena final e desde que o "recheio" não seja composto por um croata a recitar poesia enquanto salta à corda (na sua lingua materna, entenda-se), a cena introdutória revela-se, também ela, fundamental. Se me agrada de sobremaneira, a cena seguinte pode ser algo saído do Saw 3 que mesmo assim o filme cair-me-á no goto.
E assim sendo largo aqui 3 cenas introdutórias que me saltam imediatamente à memória, ou seja, que me marcaram por x ou por y.
#1 Closer: com "blower's daughter" como banda sonora, até um croata a recitar poesia enquanto salta à corda era capaz de se safar.
#2 Reign Over Me: A música (graham nash, já deve ser avô), o cenário (Nova Iorque), a trotinete...
#3 Lord of War: brilhante, uma cena que poderia só ela ser uma curta.
Estava no concelho de Sintra, mas não propriamente em Sintra.
Ia na direcção de Mafra, mas Mafra não era o destino.
Levava as minhas máquinas fotográficas. Sim, plural: são 3 e conversam quando não estou presente.
E, no meio do nada, numa terriola entrelaçada por ruelas desordenadas, minada de cães vadios que nada mais fazem senão pastar ao calor dum sol que já se punha, vi algo perturbador.
Não parei logo o carro: fiquei a pensar se teria visto mesmo aquilo. Sim, de facto, vi mesmo aquilo.
Inverti o sentido da marcha e parei o carro junto à berma, numa terra sem passeios, onde os cães jazem no alcatrão.
Abri a porta e aproximei-me devagar, receoso do cheiro a raiva húmida que pairava no crepúsculo: que merda é esta? Ao princípio achei ser uma homenagem a uma criança atropelada. Não. que merda é esta, onde é que eu vim parar? aquele cão lançou-me um esgar ameaçador?
Um totem? um altar de brinquedos? que merda é esta? os cães estão a vir nesta direcção, devo cheirar a febra. 2 fotografias depois, meto-me no carro. O sol quase posto, as ruas desertas, apenas eu e os cães. Vou voltar para casa.
Há umas semanas apanhei António Costa na tv por ocasião do polémico empréstimo à CML. Agora, Cito-o:
"...para que existam condições mínimas de governalidade..."
What's wrong with this sentence???
nº1 na lista para a CML, Costa fica no último lugar do pódio no que refere à dimensão das sobrancelhas, imediatamente atrás do vencedor inequívoco, Doutor Salgado (à esquerda do supracitado, parcialmente camuflado pela dita pelugem), e da revelação do campeonato, Doutora Brito (à direita)
14 de janeiro todo o santo dia bateram à porta. não abri, não me apetece ver pessoas, ninguém. escrevi muito, de tarde e pela noite dentro. curiosamente, hoje, ouve-se o mar como se estivesse dentro de casa. o vento deve estar de feição. a ressonância das vagas contra os rochedos sobressalta-me. desconfio que se disser mar em voz alta, o mar entra pela janela. sou um homem privilegiado, ouço o mar ao entardecer. que mais posso desejar? e no entanto, não estou alegre nem apaixonado. nem me parece que esteja feliz. escrevo com um único fim: salvar o dia.
Confesso que não sou muito de passar a palavra. Não sou avesso a tal acção, sou apenas preguiçoso e tenho medo que, se aceder a estes pedidos, cedo se seguirão outros e mais umas dezenas e cedo terei os canais de comunicação tecnológicos totalmente entupidos. Foi dum modo análogo que morreram os dinossáurios (pode-se escrever de ambos os modos, mas esta é mais satisfatória. Experimentem!) No entanto, e para bem da minha sanidade, quando um sms me pede sangue raro lá o reenvio para outras 3 ou 4 pessoas, por mero descargo de consciência: não quero pensar em mim como um entrave à salvação de alguém...
Mas resolvi mudar. Recém completados os 27 anos de vida, acho que esta é tão boa altura como qualquer outra para começar a ser adulto e, como tal, a fazer coisas que os adultos fazem por norma, como passares-de-palavra, usar cheques e ser adúltero sem preservativo com putas com mau aspecto (redundância? not quite).
Missão #1: encontrar Johny! tipo Husky, mas não exactamente husky, mas de longe, em que escalas são menos perceptíveis, pode ser confundido com um. Pelo menos mais do que com um terrier. Sempre será menos vago do que rafeiro pigarço (adjectivo meramente equestre?) com olhos de David Bowie. Em anexo vão as mugshots: frente e lados, não vá o cão aparecer dum ângulo não retratado...
Dica: a palavra desesperadamente indica, quiçá, desespero. A amizade terá preço? Alguém desesperado não estará disposto a pagar mais do que €250 pelo melhor amigo? Não quero aqui incitar ao acto ilícito, apenas à típica esperteza abjecta de quem sobrevive numa grande metrópole que não Xabregas, e que nos faz, lá para o nosso quinquagésimo aniversário, pensar em ir viver para o campo (a.k.a. resgate inflaccionado).
1 teaspoon Worcestershire Sauce 1 teaspoon Apple Cider Vinegar 1 whole Raw Egg Yolk 2 dashes Hot Sauce 1 dash Pepper 1 dash Salt Pour into a wine glass taking care not to break the yolk. Swallow whole.
Encontrei na internet uma curta hilariante em super 8 para um festival do formato, chamado Straight 8.
Parafraseando a rapper:
"golf is like sex, it's stick and balls golf is like sex, it's outdoors I am like golf, I've got a tiny hole You are like golf, you only have one ball"
Eis mais uma das brilhantes séries da HBO, que destronou Curb Your Enthusiasm da pole position das minhas séries cómicas preferidas.
Conta-nos a vida duma dupla musical neozelandesa que tenta vingar em NY. No meio da série, subitamente, a acção transforma-e num videoclip. As música têm tanto de bom quanto de variado, e deixo aqui dois vídeos das dezenas que estão disponíveis online.
Outras séries cómicas pós Seinfeld e Friends:
Extras The Office (versão BBC e americana) Coupling It's Always Sunny In Philadelphia
...que dia, Nuno? - pergunta um coro de anónimos (sem bigode)
outra vez a mesma piada do post anterior? não me chamo Nuno!
...nem tens Nuno no apelido?
não.
...ah, erro nosso, lamentamos.
mas que queriam, afinal de contas?
...deixa estar, tinha mesmo de ser com o Nuno. Prossegue.
[algo incomodado, lá prossigo] No outro dia vi um primo meu com uma t-shirt que trazia um anúncio estampado na fronte. Lá lhe expliquei de que anúncio se tratava, do mesmo modo que vos explicarei aqui hoje, alargando assim o vosso frugal conhecimento sobre o mundo da publicidade.
Resulta que há muitos, muitos anos, ainda na década de 90 - altura em que George Michael (que é grego, já agora, pelo que o seu nome não é realmente esse) andava a ser apanhado a fazer mariquices em w.c.'s - saltou para a ribalta uma agência de publicidade que se distinguia das demais (chama-se a isto pleonasmo, calhau) pela loucura das suas campanhas, totalmente anti-convencionais. Sediados em Amesterdão, a KesselsKramer tem os seus escritórios numa antiga igreja e, se forem ao site da agência, podem ver que são tão excêntricos que se dão ao luxo de ter o "pior" de todos os sites de agências de criatividade. É feito em Frontpage e diz tudo menos aquilo que queremos saber sobre eles, ou será exactamente o contrário?
Adiante. Alcançaram o estrelato graças a diversas campanhas inovadoras, das quais pelo menos uma ficará para a eternidade: o Hans Brinker Budget Hotel, que focava a sua publicidade no quão merdoso era! Esta, custando trocados, dá 10 a zero a qualquer campanha merdosa que qualquer agência merdosa nacional faz com os milhares de contos das telecomunicações (sim, eu sei, para os telemóveis "está tudo dito", mas para os hotéis também estava, ou qual dos dois ramos tem mais inovações?).
(isto não é numa revista, é publicidade na rua, é guerrilha)
- Demasiado quê, Nuno? - Demasiado quê? merda; coisas que não interessam a vivalma; pessoas sem amigos que criam um site sobre a sua pessoa na internet para mostrar fotografias deles próprios sem amigos a eles próprios, com a residual esperança que alguém nela tropece e se apaixone pelo ser humano que parece existir após as camadas de sebo; pessoas que querem fazer dinheiro então criam empresas online de gestão de filas de espera. Qualquer palavra que se google, vêm-nos parar ao monitor demasiada bosta! ah, e o meu nome não é Nuno.
No entanto, e no meu ramo, o do dolce fare niente, será que há suficiente demasiado? Pus-me a procurar "falling" nas imagens (por razões que não justifica aqui expor) e eis o que me apareceu no ecrã...
...um fumegante e suado romance pelo aclamado M.L.Rhodes!
(Marco não gostou da liberdade tomada por Gustavo, com o afagar de nádega. Mas se já temos os pirilaus se roçando... contestou Gustavo timidamente)
...um sinal de tráfego que avisa sobre o perigo de queda de gravilha e/ou gado bovino!
(Ou o menos conhecido sinal: cuidado carros com balões em forma de vaca: aqui caem calhaus que vos podem romper o brinquedo - única justificação que encontrei para a vaca cair tão hirta)
...o álbum de 1998 de Giovanni Marradi: Falling in Love!
(Após uns percalços iniciais, muito por culpa da má gestão do seu manager, Giovanni acabou conseguindo conciliar a sua carreira de cantor romântico com a de Warlock)
...sandi patty, cabeleireira-tornada-cantora lírica com o seu trabalho de estreia, "caindo p'ra frente"!
(Anos mais tarde, Sandi queimou metade da sua face num terrível acidente de combustão humana instantânea (felizmente foi no lado em que Mrs. Patty não tinha orelha), pelo que no seu segundo álbum, o director de arte decidiu que em vez de 80% da cara, desta vez apareceria 40%)
