Tuesday, April 29, 2008

Gógol



oi magda, sou eu novamente, e desta vez não usei maiúscula.

tenho andado desaparecido? pode-se dizer que sim, que estava mais presente quando estava longe.

Esta semana tive umas discussões derivadas do meu nick no messenger.
Era ele: à falta de melhor, "THE VERY GOOD OF LAVAGANTE", já à venda.

Várias pessoas, falando potencialmente em uníssono: tens um erro no nick!
Eu, boquiaberto mas complacente: onde?
Várias pessoas, com um ar desnecessáriamente convencido: há falta de melhor...
Eu, não querendo pôr a mão no fogo por uma questão aparentemente legítima: tens a certeza, zé do telhado?
Várias pessoas, inflexíveis às aprendizagens datadas de há quinze anos: claro, existe falta de melhor!

Não, não me convenciam. Entendia o argumento, pois claro, mas não podia crer que se aplicasse neste caso, não soava bem. E desde gaiato que confio mais no meu ouvido do que nestas pessoas tementes a Deus. Fui perguntar a um dos inúmeros sites de português na cybernet, famosos pela sua esterilidade teológica, e eis que:

"À falta de melhor, envio-te este..." ou "Há falta de melhor, envio-te este..." A forma correcta é a primeira, uma vez que a expressão "à falta de" utiliza-se para referir a ausência de alguma coisa superior ou mais adequada àquilo que pretendemos.


E com toda esta merda fugiu para segundo plano o meu nick espirituoso (ou aspirante a), alusivo ao novo cd "best of" João Portugal. Uma pessoa que nunca chega a ter coisas muito boas, dignas de serem consideradas "best", deveria lançar um relativamente mais humilde "very good of...".


Bem, adiante. Em breve abandonarei a pátria. Em Junho, depois de voltar da Suiça, onde Portugal jogará o Euro e usufruirá dos meus tímidos gritos de incentivo. E um dos potenciais destinos é a pátria soviética dos autores que venho a devorar ultimamente. Dostoievski já a maioria leu. Tolstoi, muitos resistentes (nos quais ainda, repito ainda, não me incluo) também já tiveram o prazer. E Gógol? o ucraniano, considerado o pai da literatura russa moderna, juntou-se ultimamente a Borges no topo das minhas preferências literárias.


em termos estéticos, Gógol era bem mais "papável" do que Dostoiévski.


E se as minhas recomendações literárias não partem do mesmo pináculo de onde lanço as musicais, não deixam de ser bem intencionadas. Ora a Biblioteca de autores independentes (cujos livros se encontram em qualquer feira) juntou uma série de contos deste autor e lançou os Contos de São Petersburgo. Inclui alguns dos seus textos mais conhecidos e, se não dobrarem a última página apaixonados por Gógol, foram só 10 euros...

Magda, um forte xi-coração.

3 comments:

XBES said...

Sao Paulo ja nao e' hipotese?
Abraco

LCF said...

é hip sim, xara, só não introduzia convenientemente o tema seguinte, dado gógol jamais ter sido observado na noite paulista.

R. said...

Quantas magdas há na tua vida é o que eu quero saber.

Há/à (ainda não estou convencida mas admito a dúvida) falta de melhor irás para São Paulo. Serás, porém, uma pessoa muito melhor se fores para Moscovo, essa pátria de seres pensantes. Pode ser que te estimule a, finalmente, escrever.

I'll meet you there para fazer a revisão do 1.º capitulo -esse mito.